sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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"Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum."
Citação de Chaplin no livro Manual of a Perfect Atheist de Eduardo Del Rio Garcia (1994)

sábado, 15 de outubro de 2011

Pedaços II-O que há em mim é sobretudo cansaço

 
O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos

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Pior que amar ou odiar, é sentir nada.
Porque só a partir do momento em nos deixamos de preocupar é que deixamos a essência de sentir... 
O que acontece a partir do momento em que achamos que já não vale a pena?

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Feeling the dirt, because life, sometimes, is so  hard that she shoots us to the  ground. We just can't, get up. And  this is our only option, it's  bite the dust. Becouse impotence it's the worse of the feelings.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Acto I – Trágico!


“Sinto-me mal. Deitada no chão do meu quarto, sei que cheguei á exaustão. Sempre tentei ser de pedra para que ninguém me conseguisse derrubar, no entanto aqui estou eu, deitada ao chão, como se de uma leve pluma me tratasse.
Observo com estranho interesse a garrafa de Jameson deitar as suas últimas gotas, metade do conteúdo está espalhado pela alcatifa e depressa o cheiro forte, amargo e quente do whisky me chega às narinas, provocando-me uma leve náusea. Continuo a observara-la. Aquela simples garrafa está como eu, a esvaziar-se.
Tudo está calado a esta hora da noite a não ser pelo insistente pingar que a torneira do bidé faz, em momentos como estes a sempre estes pormenores absurdos que sobressaem.   
Estes meus momentos de solidão deveriam, sem dúvida, ficar condensados no tempo por um longo período do mesmo, porque eu sei, que vou ter levantar a cabeça a cabeça outra vez e enfrentar o Mundo louco e selvagem uma vez mais, e outra, e outra, e outra…Mas por agora não me apetece. Não estou para isso. Só quero estar só!
É isto que eu aprecio na solidão, sempre gostei, não precisas de te preocupar. Porque pura e simplesmente não há ninguém com quem me preocupar.
Sinto-me como, se ao ver alguém de quem gosto afogar-se, esse alguém me levasse com ele, também.
É por isto que eu odeio gostar das pessoas. Ok. Uma das centenas de razões, mas ainda assim, uma das mais importantes.
Gostar de alguém é muito complicado, envolve todo um mecanismo de moral e altruísmo extremamente complexo que agora me aborrece muito pensar nele.
Às vezes acho que já desisti de me apaixonar, neste momento a noção de compromisso sério sufoca-me, qualquer dia deixo de ter amigos e família.
É difícil ser-se um paradoxo. Sou extremamente sentimental mas independente.
E tenho a real crença que vou acabar sozinha, e assustadoramente, isso não me assusta. Nem preocupa.
Depois da divagação da mente, sobre a merda de vida que tenho, é tempo para aquelas frases feitas para encorajar quando um ou outro se sente mais em baixo. Algo do tipo: “ a vida são dois dias e o Carnaval três…”. Mau exemplo, odeio o Carnaval. È para esquecer.
Levanto-me e pego na garrafa de Jameson e verto quase todo o seu líquido na boca, sentido o seu sabor amargo que descendo pela garganta cria uma quentura erradamente confortável e reconfortante.
Sinto o álcool entorpecer o meu corpo e deito-me em cima da cama, sonolenta.
É certo que quando ignoramos um problema ele tende a crescer, e eu, já à algum tempo que ignoro o meu. Talvez a demasiado. Mas hoje também não o quero enfrentar.
Fodasse…sinto-me frágil. Trágico!”

Violet Cheshire   
06/10/2011, 1:20h

terça-feira, 11 de outubro de 2011

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About Life:

"(...)Nobody said it was easy, No one ever said it would be this hard(...)"

Coldplay-The Scientist