Extensa é a lista de coisas que eu não
compreendo sobre o Mundo e as pessoas. Mas um dos mais ultrajantes, para mim, é
sem dúvida haver pessoas que não ouvem música, ou gostam de música. É-me no meu
mais íntimo ser, completamente incompreensível. Música é a Arte mais facilmente
comunicável, divulgável e acessível. Não me venham dizer que é mania de
artista, ver na música uma pessoal essencial à sobrevivência do ser, pode não
ser em ter-mos físicos, mas salva qualquer um termos psicológicos. Mas não foi
para dissertar sobre as virtudes da música, que hoje me dediquei às palavras,
mas foi sim para falar de uma em específico.
‘Stairway to Heaven’ dos Led Zeppelin é a
minha música perferida de sempre, de todas as que já foram escritas, e arrisco-me
a dizer, de todas aquelas que ainda um dia virão a fazer. ‘Stairway to Heaven’
é a minha música para qualquer ocasião, e que assenta bem, como se diz em bom
Inglês, ‘no matter what’. ‘Stairway to Heaven’ já me limpou as lágrimas, já me
fez companhia quando me sentia só, já me aconselhou quanto mais ninguém
conseguia, já me fez sorrir com profunda felicidade, já me acalmou a alma em
dias tempestuosos, me acompanhou nos finais de tarde de Verão, nas noites de
frias de Inverno. Já a ouvi nos melhores e nos piores dias, já a ouvi porque
precisava de a ouvir, já a ouvi simplesmente porque me apetecia ouvi-la, já
tocou incontáveis vezes em ‘loop’ pelo dia fora. ‘Stairway to Heaven’
entende-me, como a uma música entende poucos. Talvez seja mesmo ‘a song of hope…’
como diz Plant, talvez seja a própria forma sentida como ela a canta, talvez
seja o dedilhado de Page que faz chorar a guitarra numa melodia transcendental,
talvez seja a letra que nada e tudo fala, como se um murmúrio da própria vida
se tratasse. Ou talvez seja só eu, que amo demasiado a ‘Stairway to Heaven’
para ser apenas mais uma canção.