São tempos negros. Escuros, cinzentos, melancólicos,
tristes, sós. São a depressão mais uma vez. O vazio que devia estar cheio e
olhar apagado no horizonte. As mesmas músicas que se repetem continuamente
gira-discos. É a vontade de nada. O sentimento de insatisfação. E as recordações
do passado distante, mas não tanto. Tão desconfortável como familiar, o estado
natural das coisas, que se esforça por ser diferentes. Todas as atenções
viradas ou nenhuma. Não interessa. Carência. Ânsia. Medo. Falta. As questões
sem resposta. Dor. O inexplicável. A falta de sentido para tudo, sentimento
para todos. Arte! O suspiro, amargurado por uma dor melancólica. Que irá, talvez,
para voltar, certamente.