Sinto com dor a tua partida.
Conhecemo-nos há uns bons anitos, naquele lugar digno de muitíssimas histórias e peripécias que foi o Ciclo. Eras amigo de amigos meus, e entre o teu jeito bem-disposto, alegre e brincalhão e o meu louco, mal disposto e trocista, nasceu uma bonita, profunda e grande amizade.
Partilhamos muito em comum, como o mês dos anos, o primeiro e o último nome e o ar descontraído. Isso levou-nos ao título e ao meu apelido para ti, Gémeo. Porque eras como um irmão para mim.
Também desse tempo são horas de conversa, que tivemos, sentados no campo de baixo dessa mesma escola, das tardes aos entardeceres de Inverno e Verão.
As brincadeiras, os sorrisos, as gargalhadas, as vibração que eu tinha quando te via jogar futebol, o teres-me deixado pendurada no jantar de finalistas do ciclo porque tinhas ido ter uma rapariga que gostavas, seres a Madrinha, do chamares-me louca, mas alinhares na minhas loucuras… E poderia ficar aqui horas, a escrever infinitas linhas sobre as recordações que agora assolam a minha mente.
Mas o Mundo gira, as coisas mudam, as pessoas afastam-se, e nada volta a ser como era antes. É normal. A vida é assim. As coisas, é suposto, acontecerem assim. Os sentimentos mantêm-se. As pessoas são importantes não só pelo tempo que estão na nossa vida mas também, e muito, pela intensidade com que estão. Tudo conta. E tu tiveste o tempo e a intensidade.
Não queria estar triste mas estou. Não queria chorar, já o fiz. E tu conhecias-me e sabias que eu não sou destas coisas.
Assim viverás acesso no meu coração e imortalizar-te-ei em recordações e amizade.
André Pereira
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